O problema do tamanho das porções: Por quê comemos tanto?
Ao longo dos anos as porções dos restaurantes aumentaram e o número de pessoas comendo fora de casa também aumentou.
Os talheres e louças aumentaram exponencialmente desde a década de 50, e consequentemente a ingestão calórica também aumentou.
É como se a indústria continuasse nos estimulando a comer mais e mais. E está!
Mas, o que isso tem haver com aumento do sobrepeso/obesidade?
O tamanho das porções tem uma relação direta com o aumento do consumo calórico, de acordo com alguns estudos e, consequentemente, com o ganho de peso (ou favorecimento dele). As porções aumentam através de alimentos prontos ou através do aumento dos utensílios de cozinha.
Utensílios:
Quem tiver a oportunidade de passear por uma loja de antiquários observe o tamanho dos pratos e talheres de décadas atrás.

Desde a década de 50 o prato de jantar aumentou 3 cm de diâmetro (25 cm para 28 cm), parece pouco, mas pode fazer bastante diferença no consumo final.
Isso porque o tamanho da porção e do prato serve como uma referência do tanto que devemos comer e do que é uma porção ideal. Comemos cada vez mais guiados pelo tamanho do prato e da porção do que pelos sinais de fome e saciedade. Seria aquela frase "mas ainda nem acabei o prato!" . Nos guiamos pelo o quanto o prato está vazio para indicar ou não a hora de parar.
De acordo com Brian Wansink, autor do livro "Mindless Eating- Why do we eat more than we think", se o pote de sorvete é maior, comemos mais e copos baixos nos fazem beber mais.
Por mais que não sejamos obrigados a encher o prato, aumentar o conteúdo servido de acordo com seu tamanho e a comer tudo, tendemos a fazer e a nos acostumar com esse novo padrão de referência.
Refeições
O aumento no tamanho das refeições prontas, como: sanduíche, fatia de pizza ou do pf representam impactos negativos na saúde populacional.
Temos a tendência de considerar a porção servida, independente do seu tamanho, como o ideal para o consumo individual. Se o tamanho do sanduíche aumenta continuamos a considerá-lo uma porção. Portanto, Come-se menos quando as porções são menores.
Outro aspecto negativo é que o tamanho da porção parece favorecer mordidas maiores que o habitual.
O governo britânico realizou uma pesquisa sobre tamanho das porções em 1993 e graças a ela podemos comparar como as porções mudaram nesses 25 anos.
A lasanha pronta para comer tinha em média 290 g e 400 kcal em 1993 e passou a ter 450 g e 650 kcal. Um aumento de 55% do tamanho!
O Bagel atual tem o mesmo valor calórico que uma barra de chocolate. Passou de 70g para 90 g por porção.
Parece impossível fugir desse aumento de porções, de calorias e de peso. Mas, se resgatarmos nossa infância, podemos reaprender.
As crianças, especialmente as menores de 3 anos, são imunes ao tamanho das porções e utensílios, isso porque elas se alimentam guiadas pela intuição, pela fome e pela saciedade. Perdemos esses mecanismos conforme vamos crescendo e passamos a comer guiados por fatores externos.
POR ISSO:
1. Seja Mindful! Coma com atenção plena!
2. Seja intuitivo! Escute seu corpo! Apenas o nosso corpo é capaz de nos dizer se estamos saciados ou se ainda estamos com fome. Devemos nos guiar pelos nossos sinais internos e não por fatores externos como tamanho de prato ou da porção.
Para saber mais: Steenhuis, Ingrid and Maartje Poelman. “Portion Size: Latest Developments and Interventions” Current obesity reports vol. 6,1 (2017): 10-17.
Com carinho,
Isabela
A
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